Landim está planejando uma reunião com Caixa na próxima semana para negociar estádio do Flamengo
Sonho de muitos torcedores, o estádio do Flamengo começará a ser discutido de forma mais objetiva nos próximos dias. Em entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira, Rodolfo Landim afirmou que projeta uma reunião com o novo presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) na próxima semana para tratar do assunto.
O Rubro-Negro deseja comprar o terreno do Gasômetro, localizado na Avenida São Cristóvão nº 1200, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A área é de propriedade da Caixa, que mudou a presidência no início desse mês – Carlos Antônio Vieira Fernandes foi empossado em 9 de novembro.
– Houve a mudança de governo e não havia alguém já efetivado à frente da Caixa. Esperamos então a mudança do grupo de gestão, o novo presidente da Caixa foi empossado, fui à posse e estamos tentando uma reunião com ele para a semana que vem. Existe uma previsão de troca dos vice-presidentes da Caixa, então poderemos aprofundar as conversas, utilizando a tese do Flamengo, que é real – disse ao blog de Mauro Cezar, no Uol.
Em entrevista ao “O Globo” na posse, Carlos Antônio Vieira Fernandes tratou o Flamengo como um “expoente” do esporte brasileiro e admitiu a possibilidade. Cogitou a criação de uma PPP (parceria público-privada), mas tal modelo não interessa ao Flamengo.
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O terreno do Gasômetro, cuja área é de 86.592,30 m², faz parte do Porto Maravilha, Operação Urbana Consorciada criada em 2009 para revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro.
Para a realização dessa Operação Urbana, criou-se o Fundo de Investimento Imobiliário (FII) Porto Maravilha, que teve como cotista o FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O último fez um investimento de R$ 5 bilhões no primeiro com o objetivo de obter uma contrapartida, mas isso não aconteceu e a área não teve a valorização esperada.
O FII Porto Maravilha endividou-se, e o prejuízo é de R$ 4,2 bilhões. De olho nisso, o Flamengo espera explorar a desvalorização e se apresentar com um agente capaz de trazer o retorno que não foi conseguido até o momento.
– Exatamente. Se eles tinham um plano de negócio, estão valorando os ativos aportados por algo muito menor, pois ninguém consegue mostrar a eles um projeto que traga o retorno que esperavam. Isso pode ser um argumento para que o Flamengo traga um projeto novo, saindo um novo valuation (análise do valor de um ativo) para aquela área, no mínimo reduzindo o enorme prejuízo.
SAF é opção, e shows estão descartados
Perguntado se o Flamengo ergueria o estádio com recursos próprios, Landim não descartou a criação de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) para viabilizar o projeto. Citou o exemplo do Bayern de Munique, que opera nesse modelo, e também os naming rights, prática utilizada pelo Corinthians na Neo Química Arena e pelo Palmeiras no Allianz Parque.
– Não quero endividar. O estádio do Corinthians obteve R$ 300 milhões pelo naming rights, o mesmo ocorreu no Palmeiras. Fui ao estádio do Bayern e basicamente eles se transformaram numa SAF para ter o estádio, vendendo 24,9% da parte do futebol. Na lei alemã, se os sócios minoritários têm menos de 25%, não decidem nada.
– Esse foi o projeto com a Allianz comprando naming rights, a Adidas ampliando o contrato com o clube em longuíssimo prazo e dando uma espécie de luvas, e a Audi, que lança todos os seus carros no Bayern (cada um dos três ficou com 8,3%, totalizando 24,9%). Portanto existem formas de levantar recursos, buscaremos parceiros comerciais de longo prazo num eventual financiamento, reduzindo o endividamento ao máximo. No Maracanã, você começa sem 5 mil ingressos de cadeiras cativas, e ainda existem as cota do governo e seus camarotes etc. Isso drena recursos do Flamengo.
O projeto do Flamengo para um estádio no terreno do Gasômetro não inclui shows ou eventos que não tratem exclusivamente de futebol. Gramado sintético também está descartado.
– Será um estádio somente para futebol, com gramado natural. Se quiserem fazer shows, façam no Maracanã depois que acabar a temporada. No estádio, sim, teremos museu, restaurante, loja lá dentro…
Fonte: ge